Mimãtihi no idioma do tronco linguístico macro-jê, significa “Floresta Viva”. E foi com esse nome que os indígenas da etnia Maxakali, autodenominados Tikimu'um, rebatizaram o projeto “Florestas Culturais”. Depois das etapas teóricas e das oficinas participativas voltadas à educação ambiental e diagnóstico socioambiental, finalmente a fase “de plantar floresta” aconteceu.
O projeto Mimatihi, executado pelo Programa Arboretum de conservação e restauração da diversidade florestal, existe para promover e valorizar os usos e tradições ligadas à conservação e restauração da floresta nativa, neste caso, na Aldeia Pradinho, Território Indígena Maxakali, município de Bertópolis-MG.
Durante os plantios, adultos e crianças participam das atividades lado a lado com a equipe técnica do Programa Arboretum e o Instituto Opaoká, parceiro do Programa Arboretum. Ao mesmo tempo em que os Maxakali levam toda a produção muito à sério, evidenciando conhecer a importância de todo o feito, eles se alegram. Brincam entre as mudas, sorriem para a preparação do solo e celebram cada nova árvore plantada.
Acostumados a saudar os feitos de maior valor com música, eles criaram uma canção própria para essa “Mimãtihi”. É um forró chiado com letra em Maxakali, cujo a história conta a importância de ver a floresta crescer na cosmovisão do povo Tikimu’um.
Este projeto é fruto de parceria do Programa Arboretum, que tem base em Teixeira de Freitas (BA/Brasil) com a iniciativa RestaurAccion do Serviço Florestal Canadense, via Bosques Modelo. Essa é a segunda vez que a parceria acontece. A primeira foi em 2023, quando houve a implantação de 10,97 hectares de agroflorestas nos territórios indígenas Pataxó e Maxakali. Teve oficinas, coleta de fibras, coleta de sementes, produção de mudas e o intercâmbio cultural, que realizou o encontro entre Maxakalis e Pataxós, fato que não acorria há 20 anos, de acordo com os indígenas. A etapa 2024 ainda está vigente, já em fase de conclusão.
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