O Encontro de Comunidades Rurais 2024 superou as expectativas dos participantes e organizadores. Realizado nos dias 14 e 15 de agosto, o evento contou com a presença de representantes de 21 comunidades e reuniu cerca de 160 pessoas na Base do Programa Arboretum em Teixeira de Freitas, Bahia.
“Foi uma satisfação ter toda essa rede da restauração aqui. É a família do Programa Arboretum, que inclui desde quem coleta a semente até quem produz mudas e realiza plantios, fechando o ciclo da restauração. Juntar essa diversidade cultural e pensarmos juntos o futuro nos deixa com ótimas perspectivas”, declarou Bruno Vendramini, coordenador do Projeto Pomares da Mata Atlântica.
Promovido pelo Programa Arboretum e pelo Projeto Pomares da Mata Atlântica, o evento proporcionou vasta troca de conhecimentos, oferecendo aos participantes a oportunidade de escolher entre nove oficinas diferentes, além de palestras, rodas de conversa e rica troca de saberes. “Uma experiência única”, descreveu Luzimar F. dos Santos, do Assentamento Zumbi dos Palmares.
Entre os presentes, estiveram indígenas das etnias Maxakali e Pataxó, membros de comunidades quilombolas, produtores da agricultura familiar, membros de assentamentos (MST), estudantes, palestrantes, oficineiros e convidados. Todos unidos pelo compromisso de criar um ambiente biodiverso onde a floresta seja restaurada e preservada, ao mesmo tempo em que se promove uma economia sustentável, eficaz e criativa. “Foi muito bom. Todo mundo misturado. Me deixou muito feliz”, avaliou Aroldo Maxakali.
No primeiro dia, durante a cerimônia de abertura, compuseram a mesa o Promotor de Justiça Fábio Fernandes Corrêa, da Base Ambiental Costa das Baleias e Promotoria Regional de Teixeira de Freitas; a coordenadora técnica do Programa Arboretum, Viviane Maria Barazetti; a professora Ana Odália Vieira Sena, representando a UNEB Campus X; o diretor-geral substituto do IFBaiano, Jonatas dos Santos; e, representando as comunidades, Nelivilma Malaquias Costa dos Santos, presidente da Associação de mulheres Pataxó agricultoras da aldeia Canto da Mata (AMUPAM).
Em seguida, todas as comunidades presentes tiveram a oportunidade de se manifestar. Após as palestras, houve a feira de trocas e degustação de receitas preparadas com produtos nativos da Mata Atlântica. A noite foi animada por Mestre Aragão e sua música.
O segundo dia foi dedicado ao ensino, abordando temas como turismo comunitário, sistemas agroflorestais (SAFs), identificação de espécies nativas da Mata Atlântica, associativismo, extração de princípios ativos, compostagem e biojoias. Ao final, por meio de uma dinâmica participativa, foram criados painéis destacando os caminhos e perspectivas para fortalecer a cadeia florestal da Hileia Baiana.
“O evento esteve além do conhecimento técnico. Eu cito o crescimento humano que vem pela oportunidade de viver a diversidade. Eu me sinto muito bem porque todos somos iguais, e cada um com sua ´farda’ estivemos juntos, sentamos juntos, comemos juntos. Isso não é mensurável”, destacou a Dra. Rafaela Forzza, bióloga, que foi oficineira de “Identificação de árvores nativas”. Vale destacar que o Encontro de Comunidades é parte das atividades do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Árvores Ameaçadas de Extinção do Sul da Bahia (PAN).
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