Florestas plantadas podem gerar renda para o produtor rural através da produção de madeira, produtos não madeireiros, crédito carbono, certificações e valorização da propriedade rural. Do ponto de vista ambiental, ainda podem ser mencionados a proteção do solo, a melhoria do clima e da qualidade das águas, também da proteção à biodiversidade. Além de todas essas vantagens, existem questões convencionadas e de normativas. Por exemplo, a declaração da Organização das Nações Unidas (ONU), que firmou o período de 2021 a 2030 como a Década da Restauração de Ecossistemas que tem como principal objetivo aumentar os esforços para restaurar ecossistemas degradados.
A partir da declaração da ONU, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, e os produtores rurais devem contribuir com essa meta, principalmente com a recomposição de áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal nos imóveis rurais, em conformidade com a Lei de Proteção da Vegetação Nativa (conhecida como Código Florestal), que traz diretrizes que favorecem o equilíbrio entre produção agropecuária e conservação.
Palavra do especialista
Entre as possibilidades de restauração, o coordenador do Projeto Pomares da Mata Atlântica, Bruno Vendramini destaca os métodos de ‘Implantação em área total’, quando há plantio das mudas de espécies nativas da Mata Atlântica para áreas que apresentam baixa capacidade de regeneração natural, sem remanescentes de floresta natural nas proximidades... O plantio é realizado com alta densidade, acelerando o estabelecimento da cobertura vegetal; ‘Enriquecimento’, que visa o preenchimento de clareiras e aumento da diversidade florística; os ‘Sistemas Agroflorestais”, com vistas a promover a conservação das espécies da Mata Atlântica, ao mesmo tempo em que oferece benefícios ambientais vinculados a oportunidades econômicas sustentáveis; ‘Consórcio’, que incorpora árvores à paisagem, promovendo a valorização da biodiversidade florestal para diversificação econômica em áreas de produção agrícola.
Palavra do Produtor
O produtor rural Ulisses Brambini, diretor da Bello Fruit, em recente participação em evento realizado pelo Programa Arboretum, contou que tem uma parceria com o Programa para levar restauração florestal para suas propriedades, o que lhe proporciona “muita informação, e ensino na forma de conduzir os consórcios” e mais, segundo Brambini, “ a restauração só vem a contribuir e facilitar, pois, depois que você conhece o processo, você perde o medo do desafio e a recompensa vem a médio prazo”, declarou.
O melhor é que essa parceria está disponível para outros produtores, que assim como Ulisses têm interesse em restauração.
Oportunidade para o Produtor Rural
O Programa Arboretum, por exemplo, tem cadastro aberto para as propriedades localizadas no Extremo Sul da Bahia, Norte do Espírito Santo e Nordeste de Minas Gerais. Esse cadastro possibilitará a formação de um banco de áreas para realização das parcerias, por meio dos projetos executados pelo programa como forma de apoiar os processos de recomposição florestal da região além de contribuir para a regularização ambiental das propriedades rurais. Os interessados devem acessar o cadastro via link: https://forms.gle/d7s5KyVTKGfBTuJ27.
As áreas cadastradas poderão ser destinadas a receber modelos de restauração florestal, plantio em área total de APP e Reserva Legal ou plantios produtivos - agregar árvores à paisagem nas áreas produtivas. Depois do cadastro a equipe do programa Arboretum fará um diagnóstico para apresentar o melhor modelo e arranjo que se adequa a cada área produtiva.
Por: Michele Ribeiro – MTB 06766
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